domingo, 20 de setembro de 2009

Hipermídia e Inteligência Coletiva

A capacidade do computador constituir-se como suporte capaz de agregar em si imagem, texto, áudio, vídeo, faz com que a hipermídia proporcione uma mudança profunda de relação de indivíduos e mídias. O hiperlink desconstrói o paradigma da experiência linear de constituição da mensagem, ocasionando o hipertexto, a informação construída na forma de um circuito, onde não há seqüência, inicio, meio ou fim. Sem cair na armadilha do determinismo (tanto tecnológico quanto social), podemos afirmar que o "trio hiper" (mídia, link e texto) é análoga aos modos contemporâneos de viver, uma vez que a idéia de descontinuidade, fragmentação e não-linearidade estão no cerne do cotidiano da sociedade atual.

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No desenvolvimento dos sistemas hipermídia, um ponto a se destacar é que, além do usuário fazer seu próprio roteiro pela rede, ainda contribui no tecer da malha informacional, pois que é ativo produtor de conteúdo (web 2.0). O conceito de inteligência coletiva entra exatamente nesse contexto, onde todos participam e colaboram na construção do universo de informações que vão adensar o ciberespaço.
Vale refletir, não obstante tudo isso, que não podemos cair num técno-utupismo e olhar todo esse processo como uma ótima mudança para a produção de informação sem uma análise mais critica, pois, neste ínterim, não se pode desconsiderar a (ir)relevância dos conteúdos gerados por esses usuários. A questão é: o quê se está produzindo?
Não parece custoso admitir, por exemplo, que boa parte do que se produz na internet não está vocacionada para o bem coletivo, como anteviram alguns teóricos otimistas da cibercultura.

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